«nestas coisas da escrita, não é raro que uma palavra puxe por outra só
pelo bem que soam juntas»

José Saramago in A Viagem do
Elefante


sábado, 5 de fevereiro de 2011

O silêncio devia trazer-lhe calma, mas não, só a inquietava.
Inquietavam-na as palavras por dizer, os sentimentos nunca falados.
Os sentimentos que queria poder gritar ao mundo.
Um mundo que não estava preparado para tanto ódio na mesma pessoa.

Porque há, quer queiramos quer não, pessoas com muito ódio.
Ódio por aqueles que não foram como deveriam ter sido.
Que foram menos ou mais, mas que não foram o que todos esperavam.
Porque teremos sempre o problema de corresponder àquilo que de nós esperam.

E as expectativas inquietam-nos a todos quase tanto como o silêncio a inquietava a ela.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

E ele não parava de olhar para o
telemóvel. Esperava uma chamada ou uma mensagem que sabia que nunca havia de
chegar. E era isso que lhe doía quando olhava aquele mar, pela janela da
casa de férias.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Texto totalmente em itálico, porque sim.

É como a música para os apaixonados, que a
ouvem e sorriem. É como as letras que vão formando palavras nas linhas que um
jornalista tem de escrever. É como os olhares que um actor troca com o público
num teatro. Ou então é como aquele sabor que marca aquele momento. É dessa forma
que as palavras são importantes na minha vida. É na leitura e na
escrita aqui neste blogue, no outro blogue, e naquela que não sai para nenhum deles
e que fica só para mim, para a minha memória, para as minhas folhas e escrita
com a minha caneta. É como o os projectos que envolveram palavras, e é como cada
trabalho de faculdade que aproveito como treino para melhor me expressar. É
assim que vivo as letras com a intensidade que julgo que merecem. E hoje é um
dia que, digo-vos, escrevia toda a noite... pena não ter nenhum trabalho da
faculdade para terminar, nenhuma ideia fantástica ou inspiração que me permita usufruir deste espírito.
Que pena,
senhores.

sábado, 8 de janeiro de 2011

E é como levantar os braços quando se houve uma música que se gosta. É como
andar descalço pela casa no verão ou ver um filme em família no dia de Natal.
É uma sensação óptima, esta de sonhar!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

É dos dias frios.
Das saudades.
Dos sonhos que sonho, das saudades
que tenho.
Do que não conheço e do que quero conhecer.
De tudo.
É de
tudo o que os dias frios nos têm dado.


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

E será sempre assim. Os dias mudam pouco. A vida corre, e continuará a correr o seu curso normal. E nós temos de nos ajustar. Somos assim: naturalmente insatisfeitos. Pelas lágrimas e sorrisos que reflectem os nossos sentimentos. Pelas palavras que os fazem ouvir. E pelos olhares que os fazem perceber. Será sempre assim: um misto entre o bom e o mau. E o que temos a fazer é habituar-nos a isso. Mesmo que essa seja uma tarefa impossível. É que viver contra tudo, contra o que pensam de nós e para nós é difícil. E às vezes os dedos falham na escrita das palavras que nos libertam, e as pernas falham no caminho para o confronto diário. Será sempre assim - uma vida inconformada, na procura da conformidade.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

E o mar calmo apaziguou-lhe a alma, que numa
tempestade de sentimentos, se lembrou de que aquele era um dos dias mais
difíceis da sua vida.